Dois Ls, dois Gs, dois Ks (ou talvez um K e um C) e um J (duas vezes).
Lembro muito bem de seus olhares, pelo menos dos que consegui ver.
Mas outra hora falo sobre eles...
Bem, como disse, voltei para falar dos olhares. "Os olhos são as janelas da alma", me disse certa vez uma moça. Olhares e sorrisos creio que são o rosto todo – aqueles que entregam o humor e os sentimentos.
L¹ (e coloco esse "¹" apenas por Ls terem o mesmo nome) com toda a certeza era Capitolina! Seus olhos eram tal qual José Dias e Bentinho descreviam Capitu: "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", "olhos de ressaca". E ressaca, digo aqui, não apenas a ressaca do mar que arrasta tudo para dentro de si, mas também olhos inebriantes. Seu olhar fora uma perdição e não é preciso dizer mais nada.
Após L¹, alguns anos depois, veio K – ou C, não sei ao certo. Estes foram os que não vi. Tudo escuro, o som alto e barulhento; estava de costas para mim. De um puxão já estávamos com as bocas coladas, nunca olhei dentro de seus olhos.
No dia seguinte conheci G. Gostava de seus olhos, tinham um brilho. Depois que parei de vê-los comecei a ver que lá no fundo existia uma ponta de loucura (que foi o que acarretou toda nossa situação). Hoje em dia, quando raramente a encontro, eles continuam brilhando, mas por outra pessoa. Ainda vejo aquela pontinha de loucura.
J... Desejaria não comentar sobre seus olhos. Na primeira vez que olharam para mim, tentei disfarçar; na segunda, não resisti e foram, pela primeira vez, meus. Tentaram não me olhar mais, mas nossos olhares sempre se encontravam ao som dos sinos da igreja.
Tempos depois, de súbito, tinha os olhares de L² sobre mim. Era um olhar louco, um olhar carente, com necessidade de ver/ter alguém. Eu era o alvo. Tratei de me afastar o máximo possível, até que seu olhar não me alcançasse mais.
No final desse mesmo ano, me olhou G. Dessa vez, era eu quem precisava ser olhado. Deixei-me levar. De variadas formas tentei levantar aqueles olhos, dar brilho a eles. Mas era um olhar vago. E no final, arranquei lágrimas de seus olhos.
Na segunda vez que tive os olhos de J, eles brilhavam ainda mais. Me cegaram. E, em um piscar de olhos, se apagaram por completo para mim, deixando com que a luz dos meus olhos fosse morrendo aos poucos, até se extinguir por completo para ela.
Até que encontrei K, e meu olhar ganhou vida novamente mirando seus olhos. Seu olhar era sério, mas ao mesmo tempo trazia alegria. Muitas vezes parecia triste, mas na maioria parecia não demonstrar – ou melhor, tentava não aparentar. Eu sempre percebia e me preocupava, tentando fazer com que brilhassem sempre. Mesmo tendo acabado, ainda que mal começado, é um olhar que, quando vejo, me faz sorrir.
Ainda ontem, sonhei com a dona desse olhar.
Lembro muito bem de seus olhares, pelo menos dos que consegui ver.
Mas outra hora falo sobre eles...
Bem, como disse, voltei para falar dos olhares. "Os olhos são as janelas da alma", me disse certa vez uma moça. Olhares e sorrisos creio que são o rosto todo – aqueles que entregam o humor e os sentimentos.
L¹ (e coloco esse "¹" apenas por Ls terem o mesmo nome) com toda a certeza era Capitolina! Seus olhos eram tal qual José Dias e Bentinho descreviam Capitu: "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", "olhos de ressaca". E ressaca, digo aqui, não apenas a ressaca do mar que arrasta tudo para dentro de si, mas também olhos inebriantes. Seu olhar fora uma perdição e não é preciso dizer mais nada.
Após L¹, alguns anos depois, veio K – ou C, não sei ao certo. Estes foram os que não vi. Tudo escuro, o som alto e barulhento; estava de costas para mim. De um puxão já estávamos com as bocas coladas, nunca olhei dentro de seus olhos.
No dia seguinte conheci G. Gostava de seus olhos, tinham um brilho. Depois que parei de vê-los comecei a ver que lá no fundo existia uma ponta de loucura (que foi o que acarretou toda nossa situação). Hoje em dia, quando raramente a encontro, eles continuam brilhando, mas por outra pessoa. Ainda vejo aquela pontinha de loucura.
J... Desejaria não comentar sobre seus olhos. Na primeira vez que olharam para mim, tentei disfarçar; na segunda, não resisti e foram, pela primeira vez, meus. Tentaram não me olhar mais, mas nossos olhares sempre se encontravam ao som dos sinos da igreja.
Tempos depois, de súbito, tinha os olhares de L² sobre mim. Era um olhar louco, um olhar carente, com necessidade de ver/ter alguém. Eu era o alvo. Tratei de me afastar o máximo possível, até que seu olhar não me alcançasse mais.
No final desse mesmo ano, me olhou G. Dessa vez, era eu quem precisava ser olhado. Deixei-me levar. De variadas formas tentei levantar aqueles olhos, dar brilho a eles. Mas era um olhar vago. E no final, arranquei lágrimas de seus olhos.
Na segunda vez que tive os olhos de J, eles brilhavam ainda mais. Me cegaram. E, em um piscar de olhos, se apagaram por completo para mim, deixando com que a luz dos meus olhos fosse morrendo aos poucos, até se extinguir por completo para ela.
Até que encontrei K, e meu olhar ganhou vida novamente mirando seus olhos. Seu olhar era sério, mas ao mesmo tempo trazia alegria. Muitas vezes parecia triste, mas na maioria parecia não demonstrar – ou melhor, tentava não aparentar. Eu sempre percebia e me preocupava, tentando fazer com que brilhassem sempre. Mesmo tendo acabado, ainda que mal começado, é um olhar que, quando vejo, me faz sorrir.
Ainda ontem, sonhei com a dona desse olhar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário