sábado, 30 de abril de 2011

Lenda - dia 29 - nhoque - família!


Não importa a lenda, se foi São Genaro ou São Pantaleão, se foi um andarilho com fome ou uma senhora caridosa. O importante é que todo o dia 29 é dia da Fada do Nhoque! Quando chego em casa para o almoço, no dia 29 de cada mês, tem um pratão de nhoque com requeijão me esperando e, embaixo do prato, uma moeda de R$ 1,00. São tradições como esta, que mostram que ainda existem boas famílias.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Deixe que a música me explique


"O major palitava os dentes, arrotando de contentamento: – "Tem muita filosofia, nessas músicas".

Concerto campestre L. A. de Assis Brasil

APENAS UMA FLOR

NA BATALHA DO AMOR

QUE DROGA DE VIDA

QUEM É VOCÊ AGORA

ENTRE A CRUZ E O AMOR

Todas de Teixeirinha (Vítor Mateus Teixeira)

sábado, 23 de abril de 2011

Pequena ficção da vida real... [7]


Eu estava de terno. Por quê? Ia na direção de um grupo que conversava animado. Eu os conheço! Eu estava com um violão e tocava uma música do Ramil: "...sempre gostei da morena, é minha cor predileta..." Mas eu não toco violão! Reconheci o grupinho, sabia o nome de quatro dos que estavam ali e os outros conhecia de vista. É, é o pessoal da turma dela. Todos estavam vestidos socialmente. O cara que filosofava estava com a sua namorada simpática. Adoro eles! E o gordinho mau-humorado estava num canto. ¬¬ Ela estava bem nos primeiros degraus. Pois estavam todos sentados numa escada. Quando me aproximei, o violão havia sumido; cumprimentei o pessoal em geral e me abaixei para dar um beijo no rosto dela. Ela foi virando a cabeça, até que nossos lábios se encontraram. Alguns aplaudiram, eu me perdi em um labirinto e... acordei no sofá ao som de Refrão de Bolero.

domingo, 10 de abril de 2011

LKGJLGJK



Dois Ls, dois Gs, dois Ks (ou talvez um K e um C) e um J (duas vezes).
Lembro muito bem de seus olhares, pelo menos dos que consegui ver.
Mas outra hora falo sobre eles...

Bem, como disse, voltei para falar dos olhares. "Os olhos são as janelas da alma", me disse certa vez uma moça. Olhares e sorrisos creio que são o rosto todo – aqueles que entregam o humor e os sentimentos.
(e coloco esse "¹" apenas por Ls terem o mesmo nome) com toda a certeza era Capitolina! Seus olhos eram tal qual José Dias e Bentinho descreviam Capitu: "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", "olhos de ressaca". E ressaca, digo aqui, não apenas a ressaca do mar que arrasta tudo para dentro de si, mas também olhos inebriantes. Seu olhar fora uma perdição e não é preciso dizer mais nada.
Após L¹, alguns anos depois, veio K – ou C, não sei ao certo. Estes foram os que não vi. Tudo escuro, o som alto e barulhento; estava de costas para mim. De um puxão já estávamos com as bocas coladas, nunca olhei dentro de seus olhos.
No dia seguinte conheci G. Gostava de seus olhos, tinham um brilho. Depois que parei de vê-los comecei a ver que lá no fundo existia uma ponta de loucura (que foi o que acarretou toda nossa situação). Hoje em dia, quando raramente a encontro, eles continuam brilhando, mas por outra pessoa. Ainda vejo aquela pontinha de loucura.
J... Desejaria não comentar sobre seus olhos. Na primeira vez que olharam para mim, tentei disfarçar; na segunda, não resisti e foram, pela primeira vez, meus. Tentaram não me olhar mais, mas nossos olhares sempre se encontravam ao som dos sinos da igreja.
Tempos depois, de súbito, tinha os olhares de sobre mim. Era um olhar louco, um olhar carente, com necessidade de ver/ter alguém. Eu era o alvo. Tratei de me afastar o máximo possível, até que seu olhar não me alcançasse mais.
No final desse mesmo ano, me olhou G. Dessa vez, era eu quem precisava ser olhado. Deixei-me levar. De variadas formas tentei levantar aqueles olhos, dar brilho a eles. Mas era um olhar vago. E no final, arranquei lágrimas de seus olhos.
Na segunda vez que tive os olhos de J, eles brilhavam ainda mais. Me cegaram. E, em um piscar de olhos, se apagaram por completo para mim, deixando com que a luz dos meus olhos fosse morrendo aos poucos, até se extinguir por completo para ela.
Até que encontrei K, e meu olhar ganhou vida novamente mirando seus olhos. Seu olhar era sério, mas ao mesmo tempo trazia alegria. Muitas vezes parecia triste, mas na maioria parecia não demonstrar – ou melhor, tentava não aparentar. Eu sempre percebia e me preocupava, tentando fazer com que brilhassem sempre. Mesmo tendo acabado, ainda que mal começado, é um olhar que, quando vejo, me faz sorrir.
Ainda ontem, sonhei com a dona desse olhar.

.38


Era um daqueles dias de "cortar os pulsos"... Sentia a depressão batendo a porta novamente. Não gostava disso, não queria isso. Sabia com Quem se apegar, mas parecia não ter forças para subir à montanha.
Deixar se entregar parecia mais fácil, por mais que repudiasse essa ideia. Meses antes havia entrado em uma discusão com colegas de trabalho sobre a questão dos suicídas: um ato de coragem ou covardia? Defendia com unhas e dentes que era covardia total! Se a pessoa fosse corajosa enfrentaria seus problemas ao invés de fugir deles para sempre.
Era nesses dias de "cortar os pulsos", que começava a pensar mais sobre o assunto e a vacilar em seu ponto de vista. Mas também era nesses dias que algum sinal era dado.
Dessa vez, a sua salvação eram as palavras daquela menina de fala mansa, cuja qual nem sabia o nome.
- Enquanto uns pensam em se matar, à tanta gente em hospitais desejando mais um dia de vida...

Ele recolocou o .38 do padrinho de volta, no fundo do armário. Um dia à mais para se viver!