segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pequena ficção da vida real... [6]


Se ele soubesse que, após o parque, seria dessa forma, acreditava que antes não tivesse se aproximado. Por que não lhe dava valor? Para ela, ele era um brinquedo, brincando com seus sentimentos. Ela sabia que eram puros, mas mesmo assim o destratava.
Mas ele sempre voltava a procurar-lhe, e na maioria das vezes rogava para que ela se afasta-se, para matá-la aos poucos dentro de si. Pensava que não suportaria um golpe súbito. Pedia para ser ignorado, que as carícias feitas não fossem retribuídas para depois ela deitar-se com outros.
Queria ir embora, queria ser deixado ir embora. Que ela contribuisse com a sua felicidade, assim como ele sempre fez tudo por ela e ainda fazia.
Mas queria que ela tivesse a certeza de que não merecia ter ganhado o cordão das mãos da mãe dele, na atual situação. Estava enganando a velha senhora, transformando tudo em ilusão aos olhos de todos.

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