sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Réquiem

Esvaziem meu armário
Mas deixem a cama como está
Guardem ao menos uma garrafa
Para o caso de eu voltar

Podem levar o violão
Mas deixem aqui o bandolim
Dêem algo para o rato
Sobreviver sem mim

Peguem cada disco meu
E tentem encontrar o dono
Façam o mesmo com os livros
Mas não me perguntem como

Não raspem minha barba
Talvez ela ainda cresça
Se eu tiver dinheiro, gastem
Antes que desapareça

Levem meus copos quebrados
e minhas facas sem ponta
E avisem lá no Sapo
que eu não vou pagar a conta

Não me esperem sexta-feira
Mas bebam um copo por mim
Até que eu saiba como é que
que se sai desse jardim

Por favor tranquem a porta
E podem engolir a chave
Peguem o Tom no conserto
e me tirem da cidade

Só não perguntem quando vou voltar

Confraria da Costa

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Pequena ficção da vida real... [4]



Mal se sentara já foi recebido como sempre. Com um salto achava-se de pé sobre o móvel, e com o dedo em riste gritava: "Eu não sou nervoso, porra! Muito menos compulsivo! Minhas unhas são ruídas meramente por mania, é involuntário. Sei que tenho problemas, mas me acusar não adiantará", ele bradava de cima do divã, com o dedo apontado na cara da psicóloga.


Guilherme S. Teixeira

domingo, 10 de outubro de 2010

Dica de blog:


Limão ou Queijo Ralado?, de Marcus Duarte e Bruna Corrêa.


Abração, Quito!

sábado, 9 de outubro de 2010

Táxi: Vermelho ou laranja?


A Thalita e eu voltávamos do teatro. Fomos ao Pallotti ver Os Saltimbancos (o Mello foi uma criança, a Cindy foi a Galinha e o Rafinha foi o Cachorro). Adoro as músicas do Chico, muito divertidas e dá pra perceber bem sua crítica à Ditadura.
Pois bem, estávamos no ônibus, prontos para descer e comentei sobre as vacas artísticas que estão por Porto Alegre (tem uma na PUCRS, entre outras por aí). Um tio ouviu nossa conversa e puxou papo, disse que era genial a ideia das vacas e que achou estiloso o meu chapéu.
Depois dele se despedir, voltei ao assunto com a Thali e formou-se o seguinte diálogo:

Tê - Tem uma (vaca) que o tema é Táxi. Ela é vermelha com aquela listra azul escr...
Tha - Peraí, táxi vermelho? É laranja!
Tê - Não! Os táxis são vermelhos!
Tha - Laranjas...
Tê - Vermelhos!
Tha - Laranjas!
Tê - Quer ver como são vermelhos...
(Eu parei uma moça - bonita - na rua e perguntei:)
Tê - Oi! Com licença, moça. De que cor são os táxis de Porto Alegre?
Moça - São... são vermelhos...
Tê - Muito obrigado! Viu, Thalita, são vermelhos! Tomou!!!
Tha - Não, essa guria é daltônica como tu. São laranjas, não sei da onde ela tirou vermelho.
Tê - Porra! São vermelhos! Mais uma opinião...
(Um senhor que ia passando, perguntei:)
Tê - Com licença, senhor. Poderia me dizer qual a cor dos táxis de Porto Alegre?
Senhor - Eles são de cor vermelho ibérico, mas de vermelho não tem nada...
Tê - Viu! São vermelhos.
Senhor - São mais alaranjados. Desde 74 são vermelho ibérico, e antes era laranja granada.
Tê - Mas são vermelhos!
Tha - Mas de vermelho não tem nada, ele disse.
Tê - Quer mais opiniões? Vou perguntar pro pessoal do bar ali, ó...
Tha - Não, tem gente ali que eu conheço. Tá, pra ti são vermelhos...
Tê - Mas como eu tava dizendo: tem uma vaca-táxi: ela é vermelha com uma listra azul escrita "Porto Alegre - Ar condicionado".

No final ela meio que concordou comigo! xD Mas para mais informações: Cor do táxi de POA.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minha dama


Vocês conhecem aqueles colares de coração que se partem
e fica metade com a guria e a outra metade com o guri?

Pois é, eu tenho na minha mochila dois chaveirinhos:
uma dama e um rei de copas.

Quero muito ficar apenas com a dama.